Inovação e Sustentabilidade na Cadeia de Valor

  • Por: Afonso S. de Sant'Anna Gomes

 

Este artigo, publicado na RMAI - Revista Meio Ambiente Industrial Edição nº 123 como "Inovação para Competir", discute conceitos da necessidade de inovação, tão necessária para a sobrevivência organizacional, em contrapartida com a necessidade de se praticar premissas de sustentabilidade nesse processo, sob riscos de sobrevivência da própria humanidade.   Também apresenta alguns caminhos exequíveis para que as organizações se perenizem sob a égide dessas práticas.

Os Especialistas da Horus, coligadas e parceiras também contribuem para com a disseminação e desenvolvimento de conceitos de gestão e técnicos nos mais variados segmentos.

 

Assim, aqui reunimos uma coletânea de artigos e publicações já circulados em veículos jornalísticos ou inéditos.

 

Aqui apresentamos um deles.

 

Boa leitura!

INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR

          PUBLICAÇÕES

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INTRODUÇÃO

 

Dentre os conceitos de gestão administrativa já criados, um dos mais difundidos para Cadeia de Valor é o modelo de Michael Porter, que apoia o entendimento e análise de atividades estratégicas pelas quais as operações empresariais geram valor para os Clientes e vantagem competitiva.

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Historicamente essa vantagem competitiva sempre foi galgada pelas organizações industriais com a busca pela liderança em custos e em diferenciais de qualidade nos produtos, se estendendo também nas relações com fornecedores e na fase de distribuição.

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Desta forma, fatores relacionados à inovação que sempre foram de interesse e até de investimentos pelas empresas, no cenário atual em que uma crise assola o mercado nacional, torna-mister para as organizações reforçar as vertentes estratégicas em inovação e em sustentabilidade.   


De acordo com os estudos de Verri (2008)3 e Damião & Graça (2015)2, o status de prontidão tecnológica das organizações se constitui na capacidade, agilidade e coordenação imediata para aplicação do conhecimento tecnológico.   Múltiplos conhecimentos sobre determinado fenômeno, quando materializados e aplicados em um fluxo contínuo de agregação de tecnologias, leva a organização a desenvolver mais do que o status, leva a interiorizar o processo de prontidão tecnológica em sua estrutura.


Assim, as organizações que almejam sucesso e perenidade no mercado necessitam quebrar paradigmas quanto à sua história de diversidade de conhecimentos, competência, maturidade e mecanismos de agregação tecnológica.   


Há inúmeras alternativas de soluções e disciplinas que necessariamente devem passar a integrar sistemicamente a pauta estratégica das organizações e que se caracterizam como inovação para uma grande maioria das organizações e que ao mesmo tempo promovem a integração da sustentabilidade nas empresas.   Dentre elas, podemos destacar:
Autoconhecimento sobre Intensidade Tecnológica, Incubadoras de Empresas, Sistemas de Gestão, ACV – Avaliação do Ciclo de Vida, ‘Life Cycle Thinking’ / Abordagem de Ciclo de Vida, Rotulagem Ambiental de Produtos, ‘Lean Manufacturing’ / ‘Lean Operations’ / ‘Lean Enterprise’, Indústria 4.0 / Automação Industrial, MES – ‘Manufacturing Execution System’, Construções Sustentáveis, Certificação de Edifícios, Eficiência Energética, etc., que impactam em todos os elementos da Cadeia de Valor.   Assim, vejamos.

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publicaÇões

Figura 1 – Cadeia de valor genérica, segundo Michael Porter – Slide do Módulo II – Gestão de Processos, HGO Training (2016)1.

Segundo Damião & Graça (2015)2, considerando o crescimento recente do comércio mundial, observa-se que a demanda de produtos de alta intensidade tecnológica cresceu a taxas superiores à demanda por produtos da manufatura Pré-3ª Revolução Industrial, proporcionando vantagens econômicas entre os países desenvolvedores de tecnologia, em relação aos imitadores e aos que não são capazes de inovar nem de imitar.

AUTOCONHECIMENTO SOBRE INTENSIDADE TECNOLÓGICA


Metodologia originalmente desenvolvida pela OCDE (1997)4 que possibilitou classificar os setores industriais por intensidade tecnológica conforme o seu nível relativo de dispêndio em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) incorridas na fabricação de seus produtos.   É uma metodologia de obtenção de indicadores de intensidade tecnológica correlacionados que podem ser expressos em bases tais como: Dispêndio em P&D/Produção, P&D/Valor Agregado, P&D/Receita, dentre outras.   

 

A identificação do nível de intensidade tecnológica, aliado ao nível de maturidade e competências das empresas e a sua condição de evolução de agregação de conhecimento técnico aplicado ao seu negócio, auxilia as organizações à se autoconhecerem e incluírem esse conhecimento ao seu planejamento estratégico visando tomada de decisões de rumos a serem adotados.

PARQUES TECNOLÓGICOS / INCUBADORAS DE EMPRESAS

 

Os parques tecnológicos ou parques científicos representam as formas mais elaboradas de habitats de inovação, sendo tradicionalmente considerados instrumentos dos sistemas locais de inovação, com potencial para influenciar as dinâmicas econômicas nas regiões que compõem a sua área de influência.   Os parques tecnológicos oferecem e/ou organizam um conjunto diversificado de instrumentos, processos e projetos que envolvem os agentes relacionados ao processo de inovação de base tecnológica, que são as empresas, instituições científicas e tecnológicas, como também as políticas públicas de promoção das atividades inovadoras (Damião, 2009)5.

Apresentam estruturas diferenciadas quanto à sua composição em razão das características locais que são as condicionantes dos projetos.   São possíveis de se desenvolver em dois grupos principais: estruturas essenciais e estruturas opcionais ou complementares.  

 

A composição básica das estruturas essenciais são: as incubadoras de empresas, que são ambientes propícios para a transformação de idéias em produtos com valor de mercado; condomínios de empresas que passaram pelo processo de incubação e outras empresas que pretendem desfrutar das condições diferenciadas do parque tecnológico; núcleos de gestão, os quais gerenciam as atividades do parque tecnológico; e os centros de pesquisa, cooperativa que promove articulação entre a academia e a iniciativa privada.

 

O professor de Stanford James G. March (Viki, 2017)8 acrescenta uma máxima à esta questão : "O problema básico que uma organização enfrenta é se envolver em exploração suficiente para garantir sua viabilidade atual e, ao mesmo tempo, dedicar energia suficiente à exploração para garantir sua viabilidade futura".

 

Assim, as empresas podem incluir em sua preparação para o planejamento estratégico um processo de identificação de vertentes e características de categorias e de intensidade tecnológica desejáveis e, respectivamente, os parques tecnológicos onde estão sendo desenvolvidas, se o estiverem, visando potencial decisão de associar-se a parques tecnológicos específicos, se tornando uma alternativa viável em termos de investimentos otimizados de interiorização de conhecimento e de inovações sustentáveis.

SISTEMAS DE GESTÃO

 

A implantação de Sistemas de Gestão definida por normas internacionais são fator primordial para o sucesso de qualquer empresa, notadamente para aquelas que pretendem evoluir baseadas em inovação com sustentabilidade.   A adoção de sistemas de gestão é uma decisão estratégica que pode apoiar a melhoria do desempenho de uma organização de forma geral e prover uma base para as suas iniciativas de desenvolvimento sustentável.

 

Há que se conscientizar que as normas de referência internacionais foram elaboradas após anos de estudo e discussões por diversas categorias e origens de atores, desde a academia, órgãos públicos, iniciativa privada de diversos ramos de negócios e de dezenas de países.   Uma fonte de conhecimento técnico / sistêmico explícito internacional está alí, disponível, ao alcance de todos e, só não olha para ele e não reconhece o seu valor aqueles profissionais ou empresas que, na essência, ainda não despertaram para a necessidade de inovar para se desenvolver e permanecer em níveis ótimos no mercado.


São diversas as normas de referência que podem vir a ser adotadas pelas organizações, desde as mais comuns relacionadas a Sistemas de Gestão: da Qualidade, Ambiental, de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional, bem como outras muito interessantes discutidas nesta matéria e outras mais como: Diretrizes para Planos da Qualidade, Rótulos e Declarações Ambientais, Gases de Efeito Estufa, Sustentabilidade na Construção Civil, Auditoria, Indicadores de Sustentabilidade, Riscos, Energia, Segurança da Informação, Avaliação e Gestão de Riscos em Segurança da Informação, Operações Transportadoras e Operadoras Logísticas, dentre tantas outras.

Os sistemas de gestão proveem às organizações benefícios tais como:

  • Adquirir a habilidade para prover produtos e serviços que a consciência de conhecer os requisitos legais e estatutários aplicáveis aos Clientes, meio ambiente e sociedade;
  • Facilitar o entendimento e conhecimento da satisfação dos Clientes;
  • Viabiliza conhecer e direcionar os esforços com riscos e oportunidades, mediante o próprio contexto e objetivos organizacionais;
  • Proteção ao meio ambiente e da própria organização por meio da prevenção ou mitigação de eventuais impactos ambientais adversos;
  • Elevar o desempenho organizacional relativo aos processos modificados ou melhorados a partir da própria implantação do Sistema de Gestão;
  • Melhoria no controle ou influência no modo com o que os serviços são prestados ou os produtos projetados, produzidos, distribuídos, consumidos e descartados;
  • Melhoria da imagem da organização / marca perante a concorrência e o mercado, dentre tantas outras vantagens.
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ACV – AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA

 

O desenvolvimento de estudos de ACV para produtos é uma técnica da Gestão Ambiental que avalia (quantificadamente) todos os impactos ambientais associados ao ciclo de vida dos produtos (do nascimento à morte), desde a extração dos recursos naturais, passando por todos os elos da cadeia industrial, distribuição, uso e destinação final.
Essa metodologia se baseia na aplicação de modelos definidos conforme Normas de Referência, por exemplo, ISO 14044 – Gestão Ambiental – Avaliação do Ciclo de Vida – Requisitos e Orientações.
Neste sistema é necessária a utilização de já existentes ou o desenvolvimento de ICV – Análise de Inventário do Ciclo de Vida, que é a fase da Avaliação do Ciclo de Vida envolvendo a compilação e quantificação das entradas e saídas de um sistema de produto ao longo do seu Ciclo de Vida.

 

 

LIFE CYCLE THINKING / ABORDAGEM DE CICLO DE VIDA

 

Em conjunturas como as atuais, onde a procura por bens e serviços e, por consequência, os resultados das empresas sofrem impactos desfavoráveis por conta da crise vigente, com previsões incertas quanto à sua duração e extensão por parte dos economistas, a inovação, aliada à sustentabilidade, tornam-se saídas para a melhoria da competitividade e de acesso a mercados, eventualmente nunca focados em momentos de abundância de demanda.

 

Dentre as diversas possibilidades de inovação, o empresariado pode estar em busca de inovar suas linhas de produtos já existentes.
Neste contexto, a expertise na concepção de estratégias e soluções técnicas inovadoras, porém sustentáveis para essas indústrias torna-se indispensável, na medida em que contribui tecnicamente com a melhoria da “pegada ambiental e sustentável” de produtos industriais, e, nesses momentos de transição, precisam ser executados mantendo-se os processos de desenvolvimento em equilíbrio sob os aspectos econômico, social e ambiental para as organizações interessadas.  

 

Para tanto, utiliza-se abordagens de ambientes de inovação, inserindo e valorizando aspectos ambientais, pesquisa, agregando conforme aplicável, arcabouços institucionais externos, que podem visar a redução de incertezas e provisão de incentivos, projeto e desenvolvimento (Design), considerando a abordagem do ciclo de vida de produto (Life Cycle Thinking).

Os ambientes de desenvolvimento de inovação aliada à sustentabilidade podem ser montados em diversos formatos, e podemos exemplificar, dentre eles, o desenvolvimento de:

  • Elaboração ou revisão de especificações de produtos, a fim de reduzir os potenciais impactos ambientais adversos ou ampliando ou introduzindo os favoráveis em diferentes fases do ciclo de vida do produto, considerando que a inserção de questões ambientais em normas de produtos é um processo complexo e requer equilíbrio de prioridades eventualmente concorrentes;
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  • Coordenação de apoio ao desenvolvimento com a utilização do conceito de ciclo de vida quando da definição de parâmetros ambientais para produtos, contrabalanceados com requisitos e tendências de mercado, incluindo setoriais;
  • Criação de times internos às organizações destinados à desenvolver aprendizado próprio na concepção de novos produtos ou aprimoramento dos atuais, adotando a abordagem de ciclo de vida do produto (Life Cycle Thinking), incluindo nos processos produtivos;
  • Aplicação de treinamentos aos times de desenvolvimento e demais integrantes tais como gerentes de projeto, comissões técnicas internas e diretorias, baseados em normas de referência internacionais específicas para tal como a ISO Guide 64 – Guia para o Tratamento das Questões Ambientais em Normas de Produtos.

ROTULAGEM AMBIENTAL DE PRODUTOS

 

Numerosas normas e guias foram recentemente desenvolvidos por organizações públicas e privadas, a fim de atender às necessidades da sociedade por métricas ambientais confiáveis e comparáveis no âmbito do produto e também da organização.   Muitas iniciativas seguem uma abordagem de Ciclo de Vida, o que significa que os impactos ambientais são avaliados desde a aquisição das matérias-primas passando pela fabricação, distribuição, utilização e até o fim da vida útil.   O conceito é bem conhecido para produtos, o qual geralmente é chamado de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), mas também tem sido recentemente aplicado às organizações, também chamado de Cadeia de Valor ou Análise de Escopo 3, por exemplo:

 

  • Uma visão centralizada dos padrões podem ajudar as empresas a compreender melhor a evolução das normas e diretrizes de relatórios globais e regionais, que são aplicáveis às suas empresas ou produtos.   
  • Por estarem mais bem informadas, as empresas podem determinar as normas e diretrizes mais apropriadas para seguir e como satisfazer às suas respectivas exigências.   Este conhecimento vai permitir às empresas maximizar o benefício de seu investimento em sustentabilidade.

    Rotulagem Ambiental Tipo I – Certificação com abordagem qualitativa da ACV

  • Desenvolvimento e implementação de programa voluntário de terceira parte, baseado em critérios múltiplos, que outorga uma licença que autoriza o uso de rótulos ou selos ambientais em produtos, indicando a preferência ambiental de um produto dentro de uma determinada categoria de produtos, baseada em considerações do ciclo de vida.

    Rotulagem Ambiental Tipo II – Auto Declarações

  • Desenvolvimento de critérios e programas de auto declarações das organizações, as quais tenham interesse em descrever apenas um aspecto ambiental do seu produto, não obrigando-as à aplicação da metodologia completa de uma ACV, proporcionando redução dos custos para atender de uma forma rápida às demandas definidas nos projetos de marketing.
  • As Auto-declarações Tipo II podem ser aplicadas por produtores, importadores ou distribuidores, gerando informações sobre determinados aspectos ambientais dos seus produtos e serviços.

    Rotulagem Ambiental Tipo III – Certificação com abordagem quantitativa da ACV

  • Desenvolvimento de critérios e programas para introduzirem dois conceitos: Regras de Categoria de Produto (PCRs) e Declarações Ambientais de Produtos (EPDs).
  • PCRs são diretrizes específicas para o cálculo do impacto ambiental dos produtos com características semelhantes, possibilitando comparações entre aqueles com a mesma função.
  • Seguindo os requisitos previstos na PCR, uma empresa pode desenvolver uma EPD, que é documento conciso contendo informações ambientais relevantes sobre um produto.
  • São programas destinados principalmente para uso em comunicação business-to-business, mas a sua utilização em comunicação business-to-consumer, sob certas condições, não fica excluída.
  • São realizadas por uma ou mais organizações e apresentam resultados numéricos oriundos de uma Análise de Ciclo de Vida, a partir de parâmetros pré desenvolvidos e em conformidade com normas de Avaliação do Ciclo de Vida.
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AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA ORGANIZACIONAL (ACVO)

 

Para se analisar o desempenho ambiental de produtos, padronizou-se usar uma perspectiva do ciclo de vida por meio da captura de todos os respectivos impactos ambientais, desde a extração de recursos até a disposição final do produto.   Os benefícios e o potencial da abordagem do ciclo de vida não estão limitados a uma aplicação em produtos, pois, embora tenha sido originalmente desenvolvida para tal, sua aplicação em uma abrangência organizacional vem se tornando cada vez mais pertinente.

 

A ACVO(6) foi concebida para que os conceitos de Ciclo de Vida sejam aplicados para uma organização / empresa por inteiro, estendendo a aplicação de conceitos contidos nas normas predecessoras de Avaliação do Ciclo de Vida (ISO 14040 e ISO 14044) de produtos para uma organização como um todo.

Obviamente é mais complexo o desenvolvimento de uma ACV para uma organização.   Isto porque, em geral, as organizações possuem vários produtos e, assim, seriam diversas ACV a considerar e também devido à uma boa parte do impacto ambiental poder estar além dos portões da organização sob análise, em diferentes pontos da cadeia de valor, ou a montante ou a jusante.

 

Os benefícios que a avaliação do ciclo de vida pode trazer para as organizações são os seguintes:

  • Identificar, avaliar e interpretar a significância dos aspectos ambientais relacionados aos sistemas de gestão, como definido na ISO 14001;
  • Ferramenta estratégica para avaliação ambiental abrangente, que pode levar  à decisões de gestão;
  • Ferramenta para a tomada de decisão, a fim de priorizar as ações visando a redução de impactos ambientais, considerando produtos e processos elementares das organizações;
  • Auxiliar o rastreamento do desempenho de uma organização e rastrear nas melhorias ambientais “multicritério”  das organizações;
  • Reportar os impactos ambientais de uma organização durante um determinado período de tempo;
  • Identificar a transferência de encargos (por exemplo, através da terceirização, a montante e a jusante, ou entre impactos);
  • Melhorar a transparência, conhecimento, controle e gerenciamento de sua cadeia de suprimentos.
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VERIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA AMBIENTAL (VTA)

 

O objetivo da verificação da tecnologia ambiental (ETV / VTA)7, embasada na norma ISO  é fornecer verificações críveis, confiáveis e independentes do desempenho das tecnologias ambientais.   Uma tecnologia ambiental é uma tecnologia que resulta em um valor agregado ambiental ou mede os parâmetros que indicam um impacto ambiental.   Tais tecnologias têm um papel cada vez mais importante na abordagem de desafios ambientais e alcance do desenvolvimento sustentável.

 

A VTA contribui para a proteção e conservação do meio ambiente, promovendo e facilitando a aceitação do mercado por tecnologias ambientais inovadoras, especialmente aquelas que apresentam melhor desempenho que as alternativas pertinentes.   A VTA é particularmente aplicável às tecnologias ambientais cujas características inovadoras ou desempenho podem não ser totalmente avaliadas utilizando as normas existentes. Por meio da provisão de evidências objetivas, a VTA fornece uma confirmação independente e imparcial do desempenho de uma tecnologia ambiental baseada em dados de ensaio confiáveis.   A VTA visa fortalecer a credibilidade de tecnologias novas e inovadoras, apoiando a tomada de decisões informadas entre as partes interessadas.

A ETV / VTA foi criada nos Estados Unidos, em 1995, e programas similares foram posteriormente introduzidos em outros países, incluindo o Canadá, vários estados membros da União Europeia, Japão, Coreia do Sul e Filipinas.   O desempenho de muitas tecnologias ambientais já foi verificado nestes países sob programas de VTA estabelecidos em nível nacional ou internacional.   O interesse em verificações conjuntas e mutuamente reconhecidas realizadas em diferentes programas VTA aumentou na última década.   Em 2008, o Grupo de Trabalho Internacional sobre GTI-VTA (International Working Group on ETV), composto por especialistas internacionais que representam instituições que operam programas de VTA no Canadá, nos Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Filipinas e União Europeia, foi criado com o objetivo de explorar meios para acelerar a harmonização internacional e o reconhecimento mútuo dos programas de VTA.   O GTI-VTA chegou a um consenso de que o processo de normalização da VTA por meio de uma norma internacional é uma maneira apropriada de estabelecer a credibilidade e a robustez da VTA em todo o mundo.

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SEIS SIGMA / ‘SIX SIGMA’

 

O Programa Seis Sigma também é definido como uma estratégia gerencial para promover mudanças nas organizações, fazendo com que se chegue a melhorias nos processos, produtos e serviços para a satisfação dos Clientes.   O programa Seis Sigma prioriza a obtenção de resultados de forma planejada e clara, tanto de qualidade como principalmente financeiros.   Ele se fundamenta em três elementos distintos principais: foco estratégico, pensamento estatístico e metodologia sistematizada.

LEAN MANUFACTURING / LEAN OPERATIONS / LEAN ENTERPRISE

 

O ‘Lean Manufacturing’ é uma iniciativa que busca basicamente eliminar desperdícios, isto é, excluir o que não tem valor para o cliente e imprimir velocidade à empresa.   Como o ‘Lean’ pode ser aplicado em todo tipo de trabalho utiliza-se a denominação de ‘Lean Operations’ ou ‘Lean Enterprise’.

 

 

LEAN SIX SIGMA

 

O Programa ‘Lean Six Sigma’ é o resultante da integração entre os Programas ‘Six Sigma’ e o ‘Lean Manufacturing’, por meio da incorporação dos pontos fortes de cada um deles.


Assim, o ‘Lean Six Sigma’ pode se caracterizar em determinados casos como uma estratégia mais abrangente, poderosa e eficaz que cada uma das partes individualmente e adequada para a solução de todos os tipos de problemas relacionados à melhoria de processos e produtos.

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INDÚSTRIA 4.0 – AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

 

A indústria está iniciando sua quarta revolução e a digitalização dos processos de produção e a automação tem o objetivo de aumentar a eficiência e a produtividade, além de garantir agilidade de produção e qualidade dos produtos.   Assim, as empresas podem ser mais competitivas e se adequarem a esses novos processos produtivos.

 

Exemplos situacionais susceptíveis de terem influência nos processos produtivos de uma empresa, por exemplo, de etanol e açúcar, na usina sucro-energética: racionamento de água; preço do açúcar deve subir de 10% a 15% até o fim da safra 2015/16; a produção de etanol do país será recorde, mas consumo forte reduzirá estoques, pois teremos uma safra com pouco estoque de passagem e, por consequência, os preços vão ser firmes na entressafra; Inversores de frequência e válvulas críticas para disponibilidade dos processos produtivos possuem previsão de manutenção para breve; etc.

Imagine todos estes dados, se comunicando simultaneamente ‘on-line’, em um sistema que integra banco de dados e informações dos processos fabris.   É um cenário muito real e complexo que nos leva a precisar tomar decisões de forma quase que imediata.

 

Então desenvolve-se um sistema que apoia-se em rotinas de tomada de decisões e faz um ‘setup’ automático das variáveis de controle de produção, alterando parâmetros de equipamentos PLCs (Programmable Logic Controllers: Controladores Lógicos Programáveis) e/ou dos DCSs (Distributed Control Systems: Sistemas de Controle Distribuído), alterando os ciclos dos processos de produção para contingenciar as condições de contorno de mercado, clima e processos.   Essas decisões podem ser adotadas, todas de forma automática, baseadas em um sistema de informação com banco de dados Big Data.   Essa é a indústria do futuro, essa é a Indústria 4.0.

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MES – MANUFACTURING EXECUTION SYSTEM

 

São sistemas que compõem os sistemas classe Indústria 4.0 e assim, podem integrar máquinas, equipamentos e sistemas já existentes nos processos de um parque industrial aos sistemas de gerenciamento de informação, sistemas de manutenção, planejamento, etc.  Necessário se faz efetuar levantamento do parque instalado e efetuar alterações e melhorias visando sua integração à processos de automação, potencializando as informações de controle de processo, para análise e interação, entre as diversas áreas da indústria.

CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS / CERTIFICAÇÃO DE EDIFÍCIOS

 

Certificação de edifícios e construções sustentáveis é um processo de validação do controle total de um empreendimento de construção ou de desenvolvimento urbano, fundamentado em planejamento e controle desde as etapas iniciais de definição do projeto arquitetônico e urbanístico, passando por pré-projeto, projeto, execução e operação.   Existem modelos de origem brasileira, com adaptação integrada aos requisitos internacionais, bem como os aplicados no Brasil com sistemática puramente internacional.

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Dentre eles podemos destacar:


    Processo AQUA-HQE – Alta Qualidade Ambiental
    Adaptação integrada aos requisitos franceses HQE™ – High Environmental Quality, que é uma certificação emitida para construção civil e gestão, bem como para projetos de planejamento urbano de origem francesa (Cerway) e de aplicação internacional;


    Certificação LEED – Leadership in Energy and Environmental Design
    É um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações, utilizado em mais de 140 países, e possui o intuito de incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações, atestando o comprometimento de uma edificação com a sustentabilidade, antes, durante e depois de sua construção.   
Visa atingir objetivos de desempenho sustentáveis nos níveis Base, Boas Práticas e Melhores Práticas de acordo com os indicadores que compõem os Referenciais de Certificação. Para garantir o controle, é requerido um Sistema de Gestão do Empreendimento.
Possui várias categorias que abrangem: novas construções e grandes reformas; edifícios existentes - operação e manutenção; interiores comerciais; envoltória e estrutura principal; lojas de varejo, dentre outras (Veja mais na Família de Soluções Operação: SUST - GIG  – CONS).

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

 

Objetivos de melhoria da eficiência energética são alcançados adotando-se normas e programas que promovem o uso racional da energia elétrica em edificações desde sua constituição, podendo ser aplicados a instalações já existentes, com o objetivo de sistematizar (normas) ou incentivar (programas) a conservação e o uso eficiente de recursos naturais, notadamente energia elétrica nas edificações, reduzindo os desperdícios, impactos sobre o meio ambiente, bem como favorece economia de custos de manutenção de infraestrutura.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Conforme exposto, travamos agora uma Guerra por Eficiência, onde se luta batalhas diárias para se resistir em um ambiente complexo e, por vezes, hostil.   Os empresários precisam buscar resultados em cada parcela da equação das operações dos negócios.

 

Neste sentido, efetuar planejamentos e estudos de viabilidade estratégica para uma eventual inclusão ou ampliação das vertentes de inovação e de sustentabilidade como armas disponíveis e poderosas torna-se importantíssimo fator de, primeiro, Sobrevivência, e em seguida, de Sucesso.

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Referências

 

1. GOMES, A.S.S.A. Gestão de Processos. HGO Training. São Paulo, v. 2, p. 11, 2016.
2. DAMIÃO, D.; GRAÇA, C. Metodologia para Controle da Agregação Tecnológica Durante o Processo de Incubação. A Experiência da Incubadora Tecnológica Agende Guarulhos. RAI – Revista de Administração e Inovação.  São Paulo, v. 12, n.1, p.227-247, jan./mar., 2015.
3. VERRI, L.B. O ciclo de vida dos inventos e das inovações, transições e seus aprontamentos. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Technology_readiness_level (acesso: 10/11/12), 2008.
4. OCDE - ORGANISATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT - SCIENCE, TECHNOLOGIE ET INDUSTRIE - Tableau de Bord d‘Indicateurs: OCDE, 1997.
5. DAMIÃO, D. Articulação do Sistema de Inovação no Município de Sorocaba. Um Estudo com Base na Experiência Nacional de Ambientes de Inovação e no Pólos Franceses de Competitividade, 2009. Tese (Doutorado), Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN/USP, São Paulo.
6. ISO - International Organization for Standardization. Environmental Management - Life Cycle Assessment - Requirements and Guidelines for Organizational Life Cycle Assessment - OLCA: ISO 14072. Geneva - Switzerland, 2014.
7. ISO - International Organization for Standardization. Environmental Management - Environmental Technology Verification - ETV : ISO 14034. Geneva - Switzerland, 2016.
8. VIKI, T.; TOMA, D.; GONS, E. The Corporate Startup: How Established Companies Can Develop Successful Innovation Ecosystems. Rachel Faulkner & Vakmedianet Ed. Holanda, 2017.
9. ISO - International Organization for Standardization. Environmental Management Systems — Requirements with guidance for use : ISO 140001. Geneva - Switzerland, 2015.

10. GOMES, A.S.S.A. Inovar para Competir. In: JUCON S. Sinergia Estratégica. RMAI – Revista Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade, São Paulo, Ano XX, Ed. 123, p. 22-29, nov/dez, 2016.